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Coluna arrasta-pé: São João da Tradição?

São João da tradição?

Há algumas edições, os festejos juninos vem sofrendo sua descaracterização cultural. A frente artística musical é a maior requerente ao tema. Discordam anualmente da ampla contratação, por gestão pública ou não, de artistas musicais de gêneros que não são forró, nem suas variações [ xaxado, baião, xote…].

Essa discussão ganhou força depois que a cantora Elba Ramalho sugeriu que o ‘sertanejo’ ficasse de fora da grade junina, uma vez que ela, nem seus pares, são convidados a integrar a line Up de eventos sertanejos, a exemplo da Festa de Peão Barretos.

Bom, dito isso, acho importante começar discutindo sobre a diferença entre CULTURA e ARTE. Aprendida essa questão, sabemos o quão essa discussão por espaço é tão importante quanto rasa. Isso porque, São João não é, nem NUNCA foi só música!

Quem aí já leu, ouviu ou viu alguém reclamar da valorização das quadrilhas? Ainda; quem já viu show de quadrilhas nos principais palcos? No geral, os concursos são sempre subjugados, não ganham destaque nas tvs, e as quadrilhas não recebem apoio durante o ano. Coisa que um cachê musical bancaria facilmente.

E mais; quem conhece Patativa do Assaré [1909 – 2002] e Zé da Luz [1904 – 1965]? Ninguém ou quase ninguém, né? Pois, tão importante culturalmente quanto a música, a literatura de cordel sequer é citada ou, ainda, difundida aos mais jovens. Ressalvando o poeta Bráulio Bessa, que tornou-se notório nesta arte. Como então, podemos falar em preservação da cultura nordestina e do São João?

Preciso mencionar aqui as xilogravuras que tornaram famoso o artista pernambucano J Borges, que embora tenha seu reconhecimento, sua arte pouco é citada quando se fala de manutenção da tradição.

A decoração das ruas e casas, a gastronomia, o trabalhador rural e suas vestes, a religiosidade, que nos ajudam a glorificar e não chamar a chuva de tempo feio, afinal plantamos em São José para colher em João, e sem chuva milho não ‘sobe’. Tudo isso faz parte da cultura e precisa ser preservado e, para isso, passada aos mais jovens em SALA DE AULA.

A discussão sobre se contrata A ou B, é válida, mas, é só a ponta do iceberg. São João e o Nordeste estão muito além.

Cabe aqui então, o chamado que fiz no início do texto. Entender a diferença entre arte e cultura, vai ajudar a ampliar a linha de discussão e entender que, além de música, temos que investir em educação. Passar adiante o que aprendemos com os nossos ancestrais, e o Luiz Gonzaga: Forró é bom, mas o São João é mais!

Repórter: Ricardo Henrique

Foto: internet

 

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