Foi aprovado nesta terça-feira (30/3), pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, o requerimento REQ 26/2021, de autoria da deputada Lídice da Mata (PSB-BA), para a realização de audiência pública para debater os impactos econômicos da pandemia do coronavírus sobre as tradicionais Festas Juninas, especialmente no Nordeste brasileiro, e soluções para mitigar esses impactos.
Hoje, há grandes festivais espalhados pelo Brasil, tanto no Rio de Janeiro, por exemplo, que inclusive conta com o Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas (mais conhecido como Feira de São Cristóvão), que estimula as práticas culturais dessa região ao longo de todo o ano, como em São Paulo, capital e interior, com tradicionais festejos, quermesses e concursos de quadrilhas. Até mesmo em Brasília, acontece, anualmente, o São João do Cerrado. No Nordeste, além do forte valor cultural e social, os festejos juninos também se destacam economicamente, tendo sido responsáveis por consolidar diversos municípios nordestinos como destino turístico que atraem anualmente milhares de pessoas de todos os cantos do País.
O São João, no Nordeste, movimenta a rede hoteleira, gera oportunidades de empregos, sustenta artistas locais e aumenta a arrecadação de impostos. Num cenário de crise – agravado pela pandemia – o São João ainda é uma oportunidade para empreendedores complementarem sua renda e garantirem o sustento de suas famílias para um ano inteiro.
Pesquisas do Ministério do Turismo indicam que o Nordeste é preferência de 42,7% dos brasileiros que planejam viajar no período de junho e julho. Com a pandemia, e a necessidade de cancelar os eventos por questões sanitárias, o ano de 2020 representou um forte baque para aqueles que mantêm laços econômicos, culturais e até mesmo afetivos com essa tradição.
A deputada argumenta que, neste ano de 2021, diante das incertezas sobre o calendário de vacinação e o aumento exponencial do número de óbitos e casos confirmados, é importante que a Comissão de Cultura possa se debruçar antecipadamente sobre o tema, não só para avaliar os impactos econômicos que serão enfrentados com a suspensão desses eventos, mas para buscar soluções para que os problemas possam ser mitigados.
Para a audiência, que ainda terá data a ser definida, foram convidados: Carlos Britto, dirigente da Confederação Nacional de Quadrilhas Juninas e presidente da Federação Baiana de Quadrilhas Juninas; Armando Barros Filho (Armandinho do Acordeon, representante dos artistas de Pernambuco; representante do Observatório da Economia Criativa da Bahia, que produziu pesquisa sobre os impactos da pandemia nos festejos juninos; Adelmario Coelho, representante dos artistas do São João da Bahia; Teo Santana, representante dos empresários de entretenimento; Júlio Pinheiro, prefeito de Amargosa (BA); e Joana Alves, da Associação Cultural Balaio Junino (Paraíba).