Baianos e turistas se despedem da festa mais amada do Nordeste
As ruas do Centro Histórico de Salvador já estavam repletas de corações cheios de saudade dos dias mais animados do ano. A sanfona, zabumba e baião embalaram todos à volta, não tinha quem ficasse parado ouvindo Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Alceu Valença ou Falamansa, foi contagiante.
A felicidade das pessoas eram nítidas, afinal, diversas manifestações culturais aconteciam ao mesmo tempo. O samba junino lembrava que a Bahia mais uma vez é repleta de originalidade, os toques dos tambores recordava o Olodum e o berço cultural que o Centro Histórico possui, o axé, relembrava o Carnaval e a espontaneidade, o arrasta pé o motivo pelo qual o Nordeste é rico, as decorações das ruas embelezavam e atraiam milhares de pessoas que tiravam fotografias para serem guardadas de um São João incrível, os beijos e abraços demonstraram encontros e desencontros e reencontros muitas vezes inesperados, os olhares atentos aos palcos relembrava o quão bom é poder viver o pertencimento de nascer na região mais diversa do Brasil.
Os baianos já esperam ansiosamente pelo próximo ano, Dona Maria Rosa, moradora de Brotas afirma que já está morrendo de saudade e que espera vivenciar mais festejos como esse: “Eu vim todos os dias, é claro que eu não podia perder né? Essa festa é muito bonita, poder olhar as bandeirolas no céu, as bandas tocando clássicos da minha época é bom demais. Ano que vem peço que Deus me dê muita saúde para eu estar aqui de novo dançando esse forrózinho tudo de bom”, destaca.
Os turistas, também já estão pensando na passagem do ano que vem, Josemário Lopes, morador do Rio de Janeiro diz que já sente o coração apertar de ter que lembrar que precisa ir embora de Salvador: “Nossa, todas as vezes que venho aqui a Bahia me surpreende de forma diferente. Eu nunca tinha vindo no São João, sempre acompanho o Carnaval, mas dessa vez eu vou me programar para voltar mais vezes nesse período. O clima é diferente, as pessoas são receptivas e alegres, dá prazer poder conviver com esse povo lindo. Como já diz a letra da canção de Leandro e Leonardo, eu não aprendi dizer adeus, mas, tenho que aceitar, se possível já irei deixar a minha passagem comprada para Junho de 2024.”