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Forró não é música só de Festa Junina, acreditam artistas

Referências no Brasil e no exterior quando o assunto é forró, os cantores e compositores Adelmario Coelho, Del Feliz e Targino Gondim acreditam que o ritmo precisa deixar de ser visto apenas como música de São João. Os artistas foram entrevistados pelo Podcast Tem Forró na Bahia e abordaram o tema.

Para Adelmario Coelho ainda há restrições ao forró na mídia, pois o aceno maior se dá no mês de junho. “Ainda há muito preconceito. Nos anos 1990, o cenário era pior, quando não executavam as nossas músicas nos meses de março e abril. Cheguei a ser chamado de louco pelo dono de uma emissora que disse: toco em junho e olhe lá”, ressalta.

Segundo o forrozeiro, o cenário melhorou, mas ainda não é o ideal. Ele destaca a importância da presença da mídia especializada para o segmento.

Na opinião de Targino Gondim, que já venceu o Grammy Latino, considerado o Oscar da Música, o artista precisa estar antenado ao que está acontecendo, participando da elaboração do passo a passo da sua carreira. “O artista não pode ficar escondido, longe do que está acontecendo. É preciso estar atento às movimentações de mercado, marcar presença nas redes sociais e sempre conversar com o seu público”, afirma Targino.

Ele conta que os festivais de forró que realiza em Mucugê e em Itacaré têm apresentado resultados práticos de inserção musical de iniciantes e também propiciando visibilidade a artistas que já são consolidados artisticamente, mas que ainda não possuem um grande apelo de mídia.

Del Feliz acredita ser um equívoco associar o forró apenas ao São João. “O forró é a alma do povo nordestino, assim como as festas juninas. O forró é dança, poesia, comportamento e música. O mundo inteiro hoje realiza festivais de forró a qualquer época do ano”, pontua.

Natural do distrito de Barreiros, em Riachão do Jacuípe, no Nordeste Baiano, Del já se apresentou em diversos países como Japão, Canadá, França, Itália, Portugal, dentre outros.

Alessandra Gramacho, coordenadora do Fórum Forró de Raiz na Bahia, acredita que o tombamento do forró como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira pode trazer novos horizontes, uma vez que o bem patrimonializado reduzirá os riscos de descaracterização e até de extinção. Para a radialista Teresa D’Ávila, ainda há um certo preconceito comercial em relação ao forró em algumas praças. “Não é por falta de público, com certeza”, avalia.

Ouça o episódio:

Episódio #01 – O Forró tem a visibilidade que merece?

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