Sucesso nas décadas de 1960 e 1990, o cantor e compositor Reginaldo Rossi sempre dizia em suas entrevistas que o sofrimento por causa de um amor não correspondido ou de uma traição era a receita de sucesso para as músicas que elaborava. Segundo o pernambucano, todo mundo se enxerga numa história de paixão mal resolvida. Dez anos após a morte do Rei do Brega, a máxima parece que ainda reina em diferentes ritmos musicais, desde a sofrência no arrocha até as bebedeiras do sertanejo, bandas e artistas postam nesta narrativa para vender discos e, mais recentemente, acumular execuções nas plataformas de streaming.

E é de olho nisso que o cantor, sanfoneiro e compositor baiano, Jó Miranda está apostando as suas fichas para transformar o Brega Xote numa tendência. Rei das noites de domingo em Salvador, com casa sempre cheia há mais de 11 anos, ele gravou um bloco especial clássicos do brega em ritmo de forró, mais especificamente em xote. Na playlist que é a grande novidade do seu repertório em 2023, Jó traz canções que foram sucessos com intérpretes consagrados como Sidney Magal, Wando, Roberto Carlos, Fagner e o próprio Reginaldo Rossi.

“A ideia de misturar o brega com o xote veio numa conversa com Kel Mascarenhas, empresário de Léo Estakazero e eu, que sempre ouvi muito essas músicas com o meu pai, abracei a ideia”, disse Jó Miranda.

Para o cantor, bateu uma química entre o brega e o forró que são dois ritmos muito queridos pelo público. Ele disse que foi fácil e difícil ao mesmo tempo montar o repertório. Ele lembrou da música “Meu Mel”, que foi gravada recentemente por artistas como João Gomes, Zé Vaqueiro e Adelmario Coelho e disse que isso mostra a tendência para o casamento entre os dois gêneros. “Eu cantava pontualmente e agora apostarei nessa playlist como a preferida da galera no São João”, disse.